30 árvores: SP e suas escolhas

Direito à cidade é a ordem do dia. As ruas gritaram e os políticos disseram que escutaram. Disseram. Escutaram? A continuidade de planos que vão na contramão da democratização do espaço público contradiz essa afirmação.

Ah, mas tudo é muito recente. Política pública não se muda de um dia para outro.

Prédios históricos são derrubados de um dia para o outro. Rios e nascentes são soterrados de um dia para o outro. Árvores são cortadas de um dia para o outro. Estamos exaustos de palavras, se nos escutaram então exigimos coerência.

Vamos elencar um causo especifico, o possível corte de 30 árvores cinquentenárias na Avenida Francisco Matarazzo. Caso de que? Fluir o trânsito. Mas quê? Por conta da grande quantidade de veículos que irão estar no local por conta da nova Arena do Palestra – Parmêra, meo!

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Só nesta questão vemos unidas duas questões que não aguentamos mais em SP:

1. Se pensa em derrubar árvores para construir mais uma faixa para carros – que lá continuarão congestionados – ao invés de se fazer um plano coerente que privilegie aos torcedores irem à arena de transporte público.

2. Se pensa em derrubar arvores devido a um empreendimento imobiliário – não sejamos bobos, a área já é valorizada – em detrimento da história do espaço, de seus usos e significados dados a quem é morador, a quem trabalha por lá, a quem passa por lá.

O Coletivo Ocupe & Abrace – com apoio do Coletivo Pedal Verde – está organizando um evento no domingo para exigir que NENHUMA ÁRVORE SEJA CORTADA.

Ah, são árvores que serão replantadas em outro lugar. Vocês precisam entender o impacto da obra, o trânsito vai ser impossível.

O trânsito da região já é impossível. A especulação imobiliária atolou a Pompéia de carros. Tudo já é impermeabilizado, enchentes são um fato naqueles quarteirões. As árvores que pertencem à Avenida Francisco Matarazzo não devem ser cortadas porque exigimos UM NOVO PROJETO DE CIDADE.

Escutaram as ruas, caros gestores de SP? Provem. Mantenham as 30 árvores, tracem um plano de mobilidade que privilegie o transporte público, pensem os bairros não mais como grandes rios de dinheiro para os grandes investidores do setor imobiliário mas como posse dos que querem viver a cidade em suas possibilidades coletivas.

Raquel Foresti

(Agradecemos à Flavia Lemos pelas informações dadas a respeito do movimento)

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2 comentários sobre “30 árvores: SP e suas escolhas

  1. Rosara Frenk

    Linda matéria. Realmente muito triste passear pelo bairro onde moro, Sumaré, e ver os buracos gigantescos que o setor imobiliário está nos proporcionando na derrubada de casas da noite para o dia na intenção de erguer mais uma, duas, três torres visando os $$$$$$$$$$$$ e não se importando em absolutamente nada relativo ao impacto que isto trará ao bairro, aos mananciais de água que jorram abaixo do asfalto ou com a satisfação e opinião dos moradores da região. NÃO QUEREMOS MAIS ISTO!!!!!!!

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